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Foto do escritorEduardo Rui Alves

Educação Inclusiva em Portugal

Atualizado: 27 de set.




O Decreto-Lei n.º 54/2018 marca uma transformação significativa no modelo de educação inclusiva em Portugal. Trata-se de um compromisso entre a equidade e a inclusão.

O Decreto-Lei n.º 54/2018, com alterações posteriores, estabelece o regime jurídico da educação inclusiva em Portugal, abrangendo escolas públicas, privadas e cooperativas. O decreto tem como objetivo garantir que todos os alunos, independentemente das suas condições pessoais e sociais, tenham acesso à educação inclusiva, adaptada às suas necessidades individuais. Isso é feito por meio de medidas de suporte à aprendizagem e inclusão, promovendo uma educação que respeite a diversidade e contribua para a coesão social.


Principais Disposições:


1. Princípios Fundamentais (Capítulo I):

O decreto parte do princípio de que todos os alunos têm capacidade de aprender, defendendo a **equidade** e o **direito à educação**. As escolas devem promover a **participação ativa** dos alunos e **adaptações curriculares**, respeitando suas necessidades e potencialidades. A **participação dos pais** também é central, com direitos de consulta e envolvimento em todas as etapas do processo educativo.


2. Medidas de Suporte à Aprendizagem (Capítulo II):

As medidas de suporte são classificadas em três níveis:

- **Medidas Universais**: aplicáveis a todos os alunos, incluindo acomodações curriculares e estratégias pedagógicas que promovam a participação.

- **Medidas Seletivas**: direcionadas a alunos que necessitam de apoio adicional, como percursos curriculares diferenciados e apoio psicopedagógico.

- **Medidas Adicionais**: para alunos com dificuldades acentuadas, incluindo a implementação de **adaptações curriculares significativas** e **planos de transição individualizados** para a vida pós-escolar.


3. Recursos Específicos de Apoio (Capítulo III):

São estabelecidos diversos recursos para apoiar a inclusão, como **equipas multidisciplinares de apoio à educação inclusiva** e **centros de apoio à aprendizagem**. As escolas podem contar com escolas de referência para alunos com necessidades específicas, como deficiência visual, auditiva, ou necessidades de intervenção precoce. Além disso, **centros de recursos de tecnologias de informação** são disponibilizados para apoiar alunos com necessidades especiais.


4. Processo de Identificação de Necessidades (Capítulo IV):

O processo de identificação de medidas de suporte deve ocorrer o mais cedo possível, podendo ser iniciado pelos pais, docentes ou serviços de intervenção precoce. A decisão final é documentada em um **relatório técnico-pedagógico**, elaborado pela equipa multidisciplinar. Este relatório identifica barreiras à aprendizagem, as medidas a implementar e define os responsáveis pela sua aplicação, assegurando a **confidencialidade dos dados**.


5. Matrícula, Avaliação, Progressão e Certificação (Capítulo V):

O decreto define regras para a matrícula antecipada ou adiada de alunos com necessidades especiais e detalha adaptações no processo de **avaliação interna e externa** para garantir a participação de todos. Em relação à progressão, os alunos abrangidos por medidas universais e seletivas seguem as normas gerais, enquanto os que recebem medidas adicionais podem ter adaptações curriculares. Todos os alunos têm direito à certificação do percurso escolar, incluindo aqueles com **adaptações curriculares significativas**.


6. Disposições Finais (Capítulo VI):

O decreto prevê mecanismos de **monitorização** e **avaliação** da sua implementação, assegurando que as medidas de inclusão sejam constantemente revistas e aprimoradas. Além disso, estabelece uma **transição gradual** para os alunos que estavam sob o regime anterior do Decreto-Lei n.º 3/2008.


Conclusão:

O Decreto-Lei n.º 54/2018 marca uma transformação significativa no modelo de educação inclusiva em Portugal. Trata-se de um compromisso entre a equidade e a inclusão. As adaptações curriculares, a participação ativa dos pais e a implementação de recursos especializados são os pilares dessa política inclusiva, que visa assegurar uma educação de qualidade para todos.


Eduardo Rui Alves

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